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domingo, 30 de março de 2014

Com capitão ausente, Brasil estreia na Copa de Crianças de Rua no domingo

Oito garotos cearenses e um de Pernambuco, acolhidos pela ONG O Pequeno Nazereno, representam o País na competição. Capitão foi assassinado em fevereiro

Garotos da ONG O Pequeno Nazareno, Copa do Mundo das Crianças de Rua  (Foto: Thaís Jorge)
Garotos da ONG O Pequeno Nazareno antes da Copa do Mundo das Crianças de Rua. Rodrigo Kelton (terceiro da esquerda para a direita), no entanto, foi assassinado antes da competição (Foto: Thaís Jorge)

Mais que um jogo. A seleção brasileira masculina, formada por oito meninos de Fortaleza e um de Recife acolhidos pela ONG O Pequeno Nazareno, pisa pela primeira vez em campo, no Rio de Janeiro, neste domingo (30), para a Copa do Mundo das Crianças de Rua 2014. A estreia será contra o Egito, às 15 horas (de Brasília), e no mesmo grupo estão ainda África do Sul e Libéria.

Os treinos dos garotos da Capital cearense tiveram início ainda em setembro de 2009. De lá para cá, foram ganhos inúmeros e uma perda amarga. Antes coordenados em campo por Antônio Carlos, os meninos conheceram um novo treinador: O educador físico Thompson Leal. Ao 'elenco' inicial, também se juntaram outras três crianças, além de Kelton, Vinícius, Carlos Alexandre, Pedro Levi e Darlisson.

Ediglayson e Maurício foram agregados à equipe em novembro do ano passado, vindos da Associação Barraca da Amizade, além de Rodrigo Kelton, que já havia deixado a ONG O Pequeno Nazareno em março de 2013, mas ganhou uma nova chance entre os convocados para a competição no Rio de Janeiro, como forma de ressocialização após passar 45 dias em um centro para adolescentes infratores por prática de furtos.

BRASIL PERDE UMA ESTRELA


Na preparação para a Copa do Mundo das Crianças de Rua, um craque da seleção brasileira ficou pelo caminho. Em fevereiro deste ano, justamente no dia em que completava 14 anos, Rodrigo Kelton foi assassinado no bairro Genibaú, na periferia de Fortaleza, com cinco disparos, sendo três na cabeça. Rodrigo era o capitão do time representante do País e um talento em campo.

Para além do futebol, o assassinato de Rodrigo decretou, ainda, a falência de uma luta que teve início ainda em 2009, quando ele e o irmão foram encontrados na rua na Capital. O garoto passou três anos na ONG O Pequeno Nazareno, enquanto o irmão ficou apenas por dois meses. Fã de Neymar e com atração ainda pela informática, Rodrigo tentaria uma vaga nas categorias de base do Ceará quando voltasse da Copa de Rua do Rio, garante o educador social na ONG, Antônio Carlos.

Fonte: Globo Esporte

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