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segunda-feira, 31 de março de 2014

Depois de superar um linfoma e a perda do pai, o que são 7,8km?

Ana Cláudia ganhou 20 quilos enquanto cuidava do câncer linfático, da morte do pai e do AVC da mãe quase simultâneos; agora cuida da saúde.
ana claudia bezerra (Foto: Carla Gomes)
Depois do câncer, a saúde    (Foto:Carla Gomes)

É a primeira vez que a Ana Cláudia Bezerra se atreve a dar uma volta completa na Lagoa Rodrigo de Freitas. Mas os 7800 metros da Corrida da Mulher não são obstáculo para quem já passou por tantos outros recentemente.

- Vou devagar, caminhando, porque o máximo de que corri até agora foram 4km. E também, pra que pressa?- questionou.

Moradora de Engenho da Rainha, na zona norte do Rio de Janeiro, Ana teve uma vida ativa até oito anos atrás. Foi quando descobriu um linfoma não Hodgking, um câncer linfático, como o que acometeu o ator Reynaldo Gianecchini. E não era o primeiro da família.

- Meu irmão morreu de linfoma 27 anos antes. Ele tinha só 18 anos quando descobriu a doença – contou.


Com o avanço da medicina, a sorte de Ana Cláudia foi outra. Depois de quatro meses de quimioterapia sem sucesso, a opção foi por um autotransplante de medula, em que a própria paciente funciona como “doadora”.

-  Depois de retirarem uma parte do meu sangue, fiz seis dias de quimioterapia intensiva, que eliminou as células cancerígenas e várias outras do meu corpo. Você recebe as células de novo, mas deve ficar seis meses com muitos cuidados, pois fica sem nenhuma imunidade – explicou.

Estava curada, mas a vida ainda tinha algumas surpresas. Em 2012, um câncer de pulmão levou seu pai. Poucos meses depois  mãe sofreu um AVC e foi internada no mesmo quarto do Hospital do Exército, em Benfica.

- Essa coincidência me deixou muito batida, mas, Graças a Deus, minha mãe se recuperou bem. Está viva e sem sequelas – comemorou.

A saúde da filha foi que sentiu o peso. Vinte quilos acima do peso ideal, estava deprimida e sem ânimo para nada até que uma vizinha lhe chamou atenção. Aos 65 anos de idade e com várias inflamações nas articulações, ela estava caminhando e começando a correr...

- Se ela pode, eu também posso, e preciso cuidar de mim! Essa é minha segunda corrida na vida, mas agora tomei gosto. Não paro mais – concluiu.

Fonte: Globo Esporte

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