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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Primeiro time oficial de beisebol do Nordeste luta por popularização da modalidade

O projeto WBO Brazil vai completar 6 anos em agosto (FOTO: Arquivo pessoal)
O projeto WBO Brazil vai completar 6 anos em agosto deste ano (FOTO: Arquivo pessoal)

Com o projeto WBO Brazil, em Maracanaú, veio a formação do Ceará Beisebol Clube. O time misto é associado à Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol

Na base da construção de um desejo, é preciso ser obstinado. O professor de inglês Afrânio Rocha não se esquivou de ser vanguardista de um esporte no Nordeste. Ele acompanhou o filme “Campo dos Sonhos” e decidiu ter o beisebol, até então sem penetração no país, por perto. O cearense de 45 anos conseguiu trazer um projeto envolvendo o esporte para Maracanaú. E criou também o primeiro time oficial da região: o Ceará Beisebol Clube, filiado à Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS).

“Um amigo meu que servia à Marinha Americana mandou uma bola (de beisebol) em 1999. Depois, mandou uma luva. E eu fui mais além: pedi ajuda de dezenas de organizações”, comenta o atualmente instrutor, explicando como iniciou estruturação de um sonho.

Entre centenas de cartas enviadas para os Estados Unidos, depois emails, conseguiu chamar a atenção da organização sem fins lucrativos World Baseball Outreach (WBO). Veio então o apoio com doações de equipamentos específicos para a prática do esporte. No dia 8 de agosto de 2008, nascia a WBO Brazil.

“Eu nunca levei com brincadeira, sempre foi sério. É um trabalho voltado para o social. Usamos o beisebol como ferramenta de inclusão social. Como a organização mãe é cristã, também é usado como instrumento de evangelização”, indica o Afrânio, que faz questão de ressaltar que o grupo possui pessoas de várias religiões.

É no campo do Timbó, na cidade da região metropolitana de Fortaleza, aos domingos, que cerca de 30 pessoas treinam com a bola pesada. O mentor também se tornou técnico do grupo. É responsável por comandar o time que foi formado com o crescimento do projeto. “É o único time registrado no Nordeste”, ressalta a atleta Patrícia Cavalcante.

A agremiação já disputou uma competição, a 2ª Taça Nordeste de Beisebol. Como de praxe, tiveram que custear toda a viagem para Parnamirim-RN. Os uniformes foram doados pela Associação Maringaense de Beisebol. O time vive desse tipo de ajuda, ou seja, não conta com patrocínios.

Competição entre homens e mulheres

No dia 18 de abril, o time vai encarar mais uma edição desse torneio, que não é oficial da CBBS. As partidas são formadas por equipes mistas. Historicamente, o esporte praticado pelas mulheres é o softbol.

Não tinha uma pessoa que treinasse softbol. Todas as meninas que entram (no projeto) treinam beisebol. É muito complicado treinar essa modalidade. Mas agora teve até campeonato mundial de beisebol feminino, explica Patrícia, bibliotecária de 25 anos.
Existem algumas diferenças entre as duas modalidades. O softbol é jogado em um campo de proporção inferior, o bastão é menor, a bola é maior e uma partida tem 7 períodos, dois a menos que no beisebol.

“A nossa é meta é difundir o esporte. Alavancar o beisebol no Ceará. Levar o nosso time a competições regionais, nacionais e mundiais. Esses meninos também querem aparecer”, relata Afrânio.

Mesmo com a presença de competições, o projeto já valeu de estímulo para tirar crianças e adolescentes da ociosidade. É cobrada uma taxa de R$ 5 por mês para os associados. Mas o valor não é cobrado às pessoas que não possuem condições de arcar com os custos.


Fonte: Tribuna do Ceará

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